VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: RACISMO ENQUANTO PRODUTOR DE DISCREPÂNCIAS NA ATENÇÃO À SAÚDE

O estudo aborda a relação entre racismo e violência obstétrica, destacando como o racismo estrutural intensifica desigualdades na saúde das mulheres negras. Baseando-se em uma revisão narrativa de literatura de 2017 a 2024, foram analisados artigos de bases como SciELO e PubMed. A violência obstétrica, definida por práticas desumanas e negligentes, afeta desproporcionalmente mulheres negras devido a desigualdades de acesso, racismo institucional e discriminação racial no ciclo gravídico-puerperal. Essas mulheres enfrentam maior risco de intervenções invasivas, falta de anestesia e atendimento desrespeitoso, resultando em impactos físicos, emocionais e sociais. O estudo também explora como o racismo estrutural influencia práticas médicas e políticas de saúde, agravando disparidades raciais em mortalidade materna, morbidade e assistência pré-natal. Iniciativas como a Rede Cegonha no Brasil e movimentos pelo parto humanizado buscam minimizar essas desigualdades, mas enfrentam desafios como a ausência de legislação específica. Conclui-se que o racismo é um fator determinante nas disparidades de saúde materna, reforçando a urgência de políticas públicas inclusivas, formação de profissionais de saúde conscientes e garantia de direitos reprodutivos para combater a violência obstétrica e promover equidade no atendimento às mulheres negras.