VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO POLÍGONO DE WILLIS EM ANGIORESSONÂNCIAS

Introdução: Polígono de Willis (PW) é termo representativo de disposição pentagonal de artérias e anastomoses da base do encéfalo. Eventualmente, PW está susceptível a variações anatômicas que podem ser visibilizadas por meio de angioressonância magnética. Objetivo: Padronizar variações anatômicas em PW presentes em angioressonâncias de hospital de ensino. Método: Foram considerados prontuários médicos de pacientes adultos submetidos a angioressonância magnética (específica para cérebro, encéfalo, crânio ou cabeça). Variáveis incluíram idade, sexo, grupo étnico, tipos de variações anatômicas e sua prevalência por paciente. Análise estatística compreendeu teste Qui-Quadrado e correlação linear de Pearson. Resultados: Dentre 322 casos analisados, houve 15 tipos possíveis de variações anatômicas em 134 casos (41,61%), com artéria cerebral posterior de origem fetal como o achado mais prevalente em 21,43% dos casos (69 pacientes). Em 88,82% dos casos foi detectada apenas uma variação anatômica por paciente, e houve correlação positiva entre raça negra e presença de artéria cerebral anterior tripla ou artéria comunicante anterior dupla (p=0,0022). Conclusão: Variações anatômicas de PW em angioressonâncias compreendem 15 tipos possíveis que prevalecem em quase metade dos casos, mais frequentemente com apenas uma variação anatômica por paciente e com destaque para artéria cerebral posterior de origem fetal em 1/5 dos casos. Também existe maior chance de existência, na raça negra, de artéria cerebral anterior tripla ou de artéria comunicante anterior dupla. Tais achados podem vir a contribuir para planejamento cirúrgico, realização de procedimentos invasivos terapêuticos e entendimento de repercussões clínicas em casos de tromboembolismo ou aneurismas encefálicos.