USO DE AGROTÓXICOS E SAÚDE OCUPACIONAL DE HORTICULTORES DA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA-GO



USO DE AGROTÓXICOS E SAÚDE OCUPACIONAL DE HORTICULTORES DA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA-GO
Aparecida Tobias Alves

30/09/2024
258-282
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Objetivo: O presente estudo visa analisar os parâmetros bioquímicos e genéticos em horticultores da Região Metropolitana de Goiânia-GO, em função do uso de agrotóxicos nas horticulturas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo, cuja coleta de dados foi realizada por visita presencial aos horticultores, aplicação de questionário e coleta de amostras de sangue dos trabalhadores para análises laboratoriais. Foram avaliados 76 indivíduos, sendo 61 homens e 15 mulheres, expostos ocupacionalmente a agrotóxicos. Os participantes do estudo foram caracterizados quanto aos atributos sociodemográficos, estilo de vida e de exposição. Os exames laboratoriais incluíram dosagem de colinesterase (CSE), função hepática, função renal, hemograma completo, proteínas totais e frações, eletroforese de globulinas, glicemia e TSH. Para avaliação dos danos no DNA foi utilizado o ensaio cometa alcalino, conforme metodologia descrita por Singh et al. (1988) com modificações, e os parâmetros Comprimento da Cauda (CC), Momento de Cauda Olive (MCO) e Porcentagem de DNA na Cauda (%DNA). O grupo de horticultores foi constituído por indivíduos com faixa etária média de 46,5 anos (±13,9), sendo majoritariamente masculino (80,3%). Resultados: As variáveis avaliadas não apresentaram associação aos parâmetros do ensaio cometa (p>0,05). No entanto, observaram-se danos no DNA nas amostras de todos os horticultores. Os parâmetros hematológicos avaliados se mostraram em conformidade com os valores de referência. Entretanto, análises isoladas indicaram possíveis casos de anemia, leucocitose, leucopenia, linfocitose, e diabetes e alterações de AST em 24,0% dos participantes, ALT (29,2%), GGT (25,83%), CSE (5,34%). Conclusão: Esse estudo evidencia a necessidade de realizar biomonitoramento desses trabalhadores ocupacionalmente expostos, como uma estratégia de vigilância em saúde, com prevenção e promoção da saúde ocupacional. Além disso, recomenda-se a aplicação de ações educativas sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde dos profissionais que atuam nesse setor, como também conciliá-las com a implementação de políticas públicas voltadas para o incentivo à produção agroecológica, a fim de evitar os impactos à saúde humana em decorrência do avanço da utilização de agrotóxicos nessa região, marcada pela intensa atividade agrícola.
Ler mais...agrotóxicos; horticultura; saúde coletiva; saúde do trabalhador.
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE: INTEGRANDO SABERES EM DIFERENTES CONTEXTOS - VOLUME 7
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