UM OLHAR HUMANIZADO PARA O ENFRENTAMENTO DO USO DE SUBSTÂNCIAS NA GESTAÇÃO E NO PUERPÉRIO

A internação de mulheres gestantes usuárias de substâncias psicoativas em serviços hospitalares, especialmente nas unidades psiquiátricas, pode ocorrer na intenção de proteger a saúde da gestante e do feto e, além disso, após o nascimento, o bebê pode permanecer um período na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Nesses espaços necessita-se construir um ambiente humanizado, que forneça apoio à mulher e utilize de conhecimentos científicos para respaldar a atuação dos profissionais de saúde. Logo, tem-se o objetivo de relatar as ações de humanização do cuidado às mulheres gestantes e puérperas usuárias de substâncias psicoativas em uma internação psiquiátrica. Em 2018 e 2019 foram realizadas ações de humanização - grupos terapêuticos e promoção de visitas à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal - com as gestantes e as puérperas usuárias de substâncias psicoativas internadas na unidade psiquiátrica feminina de um hospital geral. Os grupos terapêuticos promoveram um ambiente humanizado e acolhedor, possibilitando a escuta ativa, a valorização das histórias das gestantes e o compartilhamento das suas vivências com a gestação e com o transtorno por uso de substâncias. As visitas à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal fortaleceram o vínculo mãe-bebê, resultando no empoderamento dessas mulheres, que conseguem atribuir significado ao seu papel de mãe e de puérpera. Assim, o desenvolvimento dos grupos e o acompanhamento das visitas aos recém-nascidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal possibilitou que o protagonismo da mulher predominasse em detrimento da dependência química, valorizando-as enquanto sujeitos.