TRÁGICA, DRAMÁTICA, HORROROSA, PROTOCOLAR: UMA REFLEXÃO SOBRE A MORTE E SEUS ATOS INSTITUINTES

Esta revisão narrativa tem como objetos a morte como instituição e os ritos funerários como seus atos instituintes. Tomando-se como referência teórica a psicologia institucional de Jose Bleger, busca-se verificar como a morte foi instituída historicamente nos contextos ocidentais antigo, medieval, moderno e contemporâneo. Com atenção para as forças instituintes em cada período, as quais foram de naturezas política, religiosa e científica, entre outras, encontrou-se em referenciais da literatura e da pesquisa histórica as justificativas para a qualificação progressiva da morte como trágica, dramática, horrorosa e protocolar. Ao longo do texto se destaca o movimento dialético que assinala as tensões entre elementos instituídos e forças instituintes sobre a instituição morte. Ao final, o tema é situado no contexto da pandemia da Covid-19.