RETALHOS DE MEMÓRIA TECIDOS NO DISCURSO CONTEMPORÂNEO

Objetivo: discutir as memórias de Marilda Sobreira Rolim, em cujos textos, manuscritos e digitalizados, encontramos marcas do seu gosto sofisticado pela cultura, a exemplo do cinema, introduzido em Cajazeiras, cidade do Alto Sertão da Paraíba, em 1923. Métodos: Partimos da leitura de textos da autora, por meio dos quais verificamos tratar-se de uma autodidata que, nascida na cidade supramencionada, em 24 de agosto de 1914, retrata a saga de seus conterrâneos, em busca do desenvolvimento sócio-econômico-cultural de sua comunidade. Resultados: Através da observação da produção escrita (prosa e poesia) dessa autora, ainda não publicada, conferimos o testemunho de quem esteve atenta aos fatos da realidade, no decurso de sua travessia. Sua sensibilidade artística é perceptível na narrativa em que ela testemunha os acontecimentos singulares do cotidiano que a envolve, através dos quais, explícita ou implicitamente, perpassam as ideias-bases que moldaram a formação do seu povo, ao passo que descortina o véu do patriarcalismo e da oligarquia rural. Conclusão: Considerando que, sem os seus habitantes e suas respectivas memórias, a cidade seria um deserto, entendemos que os retalhos de memória, reunidos nos textos dessa escritora unem passado e presente, e têm importante relevância para a disseminação e perpetuação da memória, da história e da cultura de sua cidade.