RELATO DE CASO DOS ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS DA SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA

A Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM) é uma complicação provocada por agentes neurolépticos, relacionada ao bloqueio dos receptores dopaminérgicos nos gânglios da base. MDFG, cinquenta anos, sexo feminino, deu entrada em um hospital psiquiátrico apresentando perda de consciência e convulsão tônico-clônica; foi internada sob medicação específica. Posteriormente, apresentou rigidez muscular, disartria, disfagia, ataxia e confusão mental. Foram realizados exames laboratoriais e a enzima GGT apresentou-se aumentada. A paciente foi liberada sem melhora do quadro secundário e o mesmo regime terapêutico foi administrado em domicílio. Após alta hospitalar GGT, CK, Bilirrubina Direta e Urobilinogênio apresentaram-se aumentados à época. O regime terapêutico foi alterado; após a suspensão da medicação os exames não apresentaram alteração, havendo melhora significativa do quadro. Sabe-se que determinados fármacos induzem a síntese e aumento da atividade plasmática da GGT, bem como o aumento da síntese de bilirrubina direta e excreção de urobilinogênio. O aumento da CK está associado à lesão do músculo esquelético, uma vez que a atividade terapêutica dos antipsicóticos relaciona-se ao bloqueio da dopamina nos receptores D2, presentes no tegmento ventral e substância negra. Assim, os achados laboratoriais associados à sintomatologia e à reversão do quadro após suspensão da medicação, sugerem quadro de SNM.