REFLEXÕES DE UMA ATRIZ SOBRE PERFORMATIVIDADES EM CENA

Este artigo devaneia sobre a experiência de uma atriz muito curiosa com as performatividades de gênero. O saber do corpo de alguém que trabalha jogando com sua subjetividade e corporeidade junto da plateia será abordado em primeira pessoa. Das percepções no palco e nos bastidores que rondam o fazer teatral, são tecidas reflexões sobre as performatividades de gênero cotidianas e a performance da atriz. As impressões de Stephen Bottoms sobre as performances Drag Kings de Diane Torr, nos EUA, está no escopo teórico deste trabalho, em diálogo com a obra de Judith Butler e Paul Preciado. A fala de pensadores e fazedores de teatro e performance como Antonin Artaud, Richard Schechner, Valère Novarriná, junto de duas referências brasileiras - Lúcia Romano e Alexandre Nunes, são tecidas com vivências artísticas no papel de atriz, professora e expectadora. Se debruçando em questões profundas relacionadas ao ser mulher e/ou ser homem, este texto vai questionar por que em alguns espaços de prática teatral - justo a arte do jogo entre corpo e representação - a divisão de papéis se pauta pela identidade de gênero.