PROTOCOLO EXPERIMENTAL DO MODELO DE INDUÇÃO DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA POR ÁCIDO VALPRÓICO EM ROEDORES PARA MIMETIZAÇÃO DE SINTOMAS COMPORTAMENTAIS

Este capítulo descreve um protocolo experimental para investigar os efeitos teratogênicos e neurocomportamentais do ácido valpróico (VPA) em roedores, com foco na mimetização de sintomas autistas. A prática integra abordagens de biologia reprodutiva, farmacologia, neurociências e toxicologia, visando elucidar os mecanismos pelos quais a exposição ao VPA durante a gestação pode causar malformações congênitas e distúrbios comportamentais semelhantes aos Transtornos do Espectro Autista (TEA). O protocolo inclui várias etapas: coleta e análise do lavado vaginal para determinar o ciclo estral das fêmeas; acasalamento e confirmação da cópula através da presença de espermatozoides no lavado vaginal; administração de VPA (450 mg/kg) via intraperitoneal no 12,5º dia de gestação; e alojamento das fêmeas em grupos até o dia G18 e individualmente até o nascimento dos filhotes. O monitoramento diário das fêmeas é realizado para identificar sinais de toxicidade e complicações gestacionais. Após o nascimento, são feitas avaliações detalhadas dos neonatos para detectar anomalias físicas e realizar testes comportamentais específicos para TEA, como o teste de três câmaras e testes de comportamento repetitivo. Avaliações histopatológicas e de estresse oxidativo são realizadas em tecidos coletados para identificar alterações neurobiológicas. O capítulo também aborda limitações do protocolo e sugere adaptações para melhorar a precisão e aplicabilidade dos resultados. Este protocolo fornece uma ferramenta abrangente para a análise dos impactos do VPA, contribuindo para o entendimento dos riscos associados ao seu uso durante a gravidez e oferecendo uma base científica para futuras pesquisas na área de neurotoxicologia do desenvolvimento.