PARTICIPAÇÃO DE HOMENS ADULTOS NO AUTOCUIDADO EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: UMA REVISÃO NARRATIVA

A saúde masculina constitui um obstáculo aos serviços de saúde, apesar de políticas públicas implantadas, considerando a maior incidência de doenças crônicas e menor expectativa de vida. Esse fato é de caráter sociocultural, ocasionado pela menor valorização masculina ao autocuidado, prejudicando, assim, a prevenção de agravos à saúde dessa população. Somam-se à baixa qualificação profissional problemas institucionais entre funcionamento das unidades de saúde e atividades laborais dos usuários, além de poucos programas direcionados aos homens. Sendo assim, este capítulo objetiva revisar literaturas acerca do acesso de pacientes homens a unidades de saúde. Para isso, empreendeu-se estudo teórico, reflexivo e qualitativo, com leitura crítica de materiais em bases de dados, incluindo aqueles de acesso a texto completo e publicados nos últimos cinco anos, sistematizando os achados em tópicos, nomeadamente: a experiência masculina a respeito da saúde e do adoecer; o despreparo profissional e das unidades de saúde no acolhimento; consequências do fraco acesso masculino às unidades de saúde; e estratégias e propostas de intervenções para ampliação do acesso. A presente literatura analisada demonstra raízes socioculturais e estigmas ainda presentes, impactando piores indicadores de qualidade de vida em pacientes homens, reflexo do baixo autocuidado, aliado a um sistema de saúde ainda deficitário nesse acolhimento específico. Portanto, este capítulo assume importância ao reafirmar problemáticas de acesso e acolhimento em saúde aos homens, instigando futuras pesquisas que proponham estratégias ou relatem experiências obtidas com intervenções adotadas para tornar o indivíduo masculino mais protagonista de seu cuidado com a saúde e qualidade de vida.