O SEMIÁRIDO BAIANO E SUAS POTENCIALIDADES: ESTEREÓTIPOS, FALTAS, FARTURAS E CRIAÇÃO ARTÍSTICA NA CIDADE DE SENHOR DO BONFIM.

Ressignificar novos espaços geopolíticos é uma maneira de questionar, reinaugurar e expandir suas realidades, implantando novos lugares de enunciação política em que, se celebre as pluralidades, se reaproxime das margens, das minorias, das vozes que se encontram no interior, no semiárido. As subjetividades contemporâneas estão amplamente sendo afetadas por este princípio de dizer/ver. Os que, por muito tempo, se mantiveram na zona da clandestinidade, agora encontram um lugar privilegiado de aspiração e realização. Um universo multifacetado de elementos culturais, simbólicos e discursivos que, em tempos hodiernos, encontram espaço para dizer/pensar representações sobre o semiárido como um espaço que precisa/deve ser sentido, pensado, vivido, praticado. A cidade de Senhor do Bonfim, localizada no interior baiano, será palco para se fazer compreender os aspectos transgressores e subversivos dos grupos de teatro e das manifestações artísticas que marcaram uma geração, especificamente, o trabalho cênico do Grupo de Teatro Mutart. Tornar visível todas as formas de existências que são excluídas do contrato social é valorizar suas narrativas, conforme afirma Antonia Pereira Bezerra (2015), contar uma história pressupõe o outro (alteridade), ainda que este outro não seja mais do que um desdobramento de si mesmo (identidade). O que não se pode lembrar não se pode narrar.