O PROTAGONISMO DO CO2 COMO “VILÃO” DO AQUECIMENTO GLOBAL E SUA ABORDAGEM EM LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA PARA O ENSINO MÉDIO

Este trabalho objetivou investigar as abordagens dispensadas às hipóteses que descrevem os controladores climáticos, em especial à Teoria Aquecimentista, por livros didáticos brasileiros de Química destinados ao Ensino Médio, do início do século XXI. Nós partimos do pressuposto de que o conceito do protagonismo do CO2 nas alterações climáticas globais se apoia majoritariamente em dados teóricos e em fragmentos de informações derivadas de modelos climáticos computacionais. Em paralelo, diversos estudos empíricos têm apontado para o caráter natural e cíclico dos fenômenos climáticos ocorridos ao longo da história. Foi proposto, portanto, confrontar estes trabalhos com o conteúdo disponível em alguns dos principais livros didáticos utilizados no Brasil no início da década de 2000, para o Ensino Médio, utilizando a Análise Textual Discursiva. De acordo com os resultados, todas as coleções analisadas optaram por abordagens unilaterais aquecimentistas, derivadas dos relatórios do IPCC (do inglês: Intergovernmental Panel on Climate Change), ou seja, sem descrição abrangente de hipóteses antagonistas e de cunho natural sobre as mudanças climáticas atuais.