O ETNOCONHECIMENTO DOS PESCADORES ARTESANAIS DO VALE DO SÃO FRANCISCO NA PERSPECTIVA DA INTERCULTURALIDADE

O conjunto de saberes, práticas e crenças resultantes da interpretação do ambiente pelo homem constitui o Conhecimento Ecológico Tradicional, ancorado nas tradições culturais e na inter-relação daquele com o meio. Os estudos que se referem aos saberes tradicionais preocupam-se, de modo geral, com a maneira como os povos tradicionais usam e se apropriam dos recursos naturais em seu território, seja através do manejo, das crenças, conhecimentos, percepções, comportamentos e das várias formas de classificar, nomear e identificar as plantas e animais presentes no meio em que vivem. Os estudos etnobiológicos, sobretudo os etnoictiológicos, foco desta pesquisa, precisam se pautar na interculturalidade como pressuposto epistemológico e metodológico, de modo a valorizar os saberes tradicionais e sua relação com o território, elemento fundamental para a perpetuação dos modos de vida. O presente trabalho se propôs a analisar, pelo viés da interculturalidade, a pesquisa etnoictiológica com os pescadores tradicionais do Vale do Rio São Francisco. Para tanto, utilizou-se da pesquisa bibliográfica realizada em plataformas digitais de base acadêmica, visando a localização de artigos científicos, livros, dissertações e teses relacionadas ao tema. Os resultados indicam que são poucos os estudos etnoictiológicos com os pescadores artesanais que ocorrem nas comunidades ribeirinhas no Vale do Rio São Francisco com seus desafios particulares, seu modo de vida específico e seus saberes tradicionais, bem como são poucos os métodos de pesquisa empregados. A pesquisa sobre esse tema precisa ser mais explorada, para que apoie medidas eficazes, contribuindo para a autonomia e permanência nessas comunidades tradicionais. Com o presente trabalho, espera-se contribuir para a construção de acervo bibliográfico que possa subsidiar a construção de planejamento de desenvolvimento sustentável nestas regiões.