O CENTRO ESTUDANTAL CEARENSE: APERFEIÇOAMENTO MORAL, SOCIAL, EUGÊNICO E INTELECTUAL DOS ESTUDANTES CEARENSES

Nos anos 1930, momento de turbulência na vida política, econômica e cultural do país, frente os conflitos decorrentes do fim da República Oligárquica e consolidação do governo constitucional de Getúlio Vargas, os estudantes, grupo heterogêneo que participou de momentos decisórios da vida política e sociocultural do Brasil, começaram a se organizarem em agremiações que propunham unir estes sujeitos em prol da luta por direitos para a categoria. Temos como exemplo, a fundação da União Nacional dos Estudantes, em 1937. Sabemos que muito antes da criação da UNE já haviam estudantes se movimentando, porém, eram grupos independentes, que lutavam por pautas específicas. Partindo dessa ideia, este trabalho tem como objetivo compreender como se deu a formação do movimento estudantil cearense, a partir da criação do Centro Estudantal Cearense, agremiação fundada em 1931, com a finalidade de ser um suporte de luta e assistência ao coletivo de estudantes do Ceará. Utilizamos como fontes alguns periódicos com maior circulação na sociedade cearense como Gazeta de Notícias, Unitário e O Nordeste. Assim, pudemos entender que importância foi dada aos assuntos estudantis pela imprensa e outros setores sociais. Analisamos também o jornal Folha Estudantal, periódico produzido pelo Centro Estudantal Cearense, que tinha como princípio difundir e glorificar as ações e personalidades de relevância do meio estudantil. Ao longo da pesquisa pudemos observar que a criação de uma entidade que desse conta de uma categoria tão múltipla, como são os estudantes, possibilitou a construção de um modelo estudantil que deveria ser referência de moralidade e bons costumes.