MAPAS CONCEITUAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: MEDIAÇÃO, ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E COLABORAÇÃO EM DOIS CONTEXTOS DISTINTOS

Este capítulo discute o potencial dos mapas conceituais (MCs) como instrumentos de mediação pedagógica e de desenvolvimento da alfabetização científica (AC) na educação básica, a partir da análise de duas pesquisas de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar-Sorocaba. A primeira, de Leme (2025), investigou a construção colaborativa de MCs com alunos do 7º ano, relacionando a temática das vacinas aos Eixos Estruturantes da AC. O trabalho coletivo favoreceu a negociação de significados e a argumentação, ampliando a compreensão de conceitos científicos e suas dimensões sociais e ambientais, ainda que com limitações no aprofundamento sobre a natureza da ciência. A segunda pesquisa, de Ferreira (2023), examinou o uso dos MCs como recurso de mediação pedagógica em aulas de Química no ensino remoto emergencial durante a pandemia da COVID-19. Nesse contexto, os MCs auxiliaram na identificação de dificuldades conceituais e possibilitaram intervenções mais precisas, promovendo a ressonância pedagógica mesmo em ambiente virtual. A análise comparativa mostra que, em ambos os estudos, os MCs potencializaram a aprendizagem significativa, servindo como recurso de avaliação diagnóstica e formativa, além de estimular a metacognição e a autonomia dos estudantes. Os resultados também indicam desafios, como o tempo necessário para a apropriação da técnica e a necessidade de formação docente específica para seu uso crítico e criativo. Conclui-se que os MCs, quando planejados e mediados intencionalmente, contribuem para práticas pedagógicas mais dialógicas e contextualizadas, fortalecendo a integração entre ciência, tecnologia e sociedade.