LEISHMANIOSE VISCERAL E OS DESAFIOS PARA O CONTROLE NA CIDADE DE MONTES CLAROS - MG

Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo analisar a curva epidemiológica da Leishmaniose Visceral Humana no município de Montes Claros - MG, entre os anos de 2007 e 2020, relacionando os resultados obtidos com as estratégias desenvolvidas pelos órgãos municipais responsáveis para o controle da referida doença. Métodos: Foi conduzido um estudo observacional retrospectivo baseado em um levantamento de dados secundários provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e da Coordenação de Vigilância Epidemiológica de Montes Claros. Resultados: Foram notificados 336 casos em Montes Claros durante o período avaliado, o que corresponde a 5,1% dos casos do estado de Minas Gerais, no mesmo período. A curva epidemiológica da doença no município de Montes Claros se mostrou variável entre os anos de 2007 e 2020, com uma média anual de 24 casos notificados, e com registro em 2017 de um surto, com notificação de 45 casos positivos para Leishmaniose Visceral Humana. Foram apontados que entre as principais hipóteses para explicar a mudança no padrão de transmissão da doença, potencialmente fatal, estão a migração de pessoas do campo para as cidades, o desmatamento e a construção de grandes obras com impacto ambiental. Foi observada uma maior incidência da doença para indivíduos com baixo nível de escolaridade, homens, e para pessoas pardas. Conclusão: Um número expressivo de crianças e adolescentes foram acometidos pela Leishmaniose Visceral Humana e isso pode ser atribuído aos hábitos de higiene na vida da comunidade e suas condições precárias de moradia.