INTERSECCIONALIDADE E VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHER: REVISÃO NARRATIVA



INTERSECCIONALIDADE E VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHER: REVISÃO NARRATIVA
Giulia Aranão
Julia Neves
Anna Laura Souza
Winola Oliveira
Bruna Queiroz
Rafaela Furtado
Jamila Gomes
Camila Ponte
Alisson Santos
Mariana Santos

28/02/2025
48-62
4
A interseccionalidade, sobreposição de fatores sociais que definem o indivíduo socialmente, apresenta uma correlação intrínseca com a problemática da violência sexual contra a mulher. Mulheres que possuem marcadores que não são valorizados normalmente pela sociedade patriarcal e machista, como ser negra e ter baixa renda, aumentam sua vulnerabilidade a virarem vítimas desses agressores sexuais. Assim, este estudo objetiva analisar os estudos presentes na literatura científica sobre a temática, a fim de discutir essa correlação e a importância de se compreendê-la. Trata-se de uma revisão narrativa, de caráter descritivo e discursivo, que busca responder à pergunta norteadora “Como a interseccionalidade afeta os casos de violência sexual contra mulher?”. Buscaram-se artigos nas bases de dados LILACS e Index Psicología-Periódicos, presentes na Biblioteca Virtual em Saúde, por meio da associação de descritores e a definição de critérios de inclusão e exclusão para selecionar os estudos a serem discutidos. Encontraram-se seis artigos que respondiam à pergunta norteadora e cumpriam os critérios de inclusão pré-definidos. A partir disso, criaram-se três categorias para discussão. A primeira, “Correlação entre interseccionalidade e violência sexual”,evidenciou a influência de fatores socioeconômicos, culturais e identitários no grau de vulnerabilidade de uma mulher a ser vítima de um abuso sexual, tendo como principal padrão de mulher afetada a negra, com baixa renda, baixa escolaridade, solteira e chefe de família. A segunda categoria, “Políticas públicas no enfrentamento da violência sexual”, mostrou que há pouca discussão sobre a temática da intersecção de marcadores sociais na violência sexual, o que dificulta a criação de políticas públicas de saúde eficazes e direcionadas para as singularidades de cada vítima. A última, “Consequências psicossociais”, alerta para o fato de esse crime não afetar da mesma maneira todas as suas vítimas, dependendo de diversos fatores, como a cultura. Portanto, conclui-se que a interseccionalidade é uma importante preditora das vítimas de violência sexual, devendo ser mais discutida e correlacionada a esse crime, a fim de se criar políticas mais direcionadas e minimizar tanto a ocorrência desses abusos quanto as consequências psicossociais produzidas pelas mesmas.
Ler mais...interseccionalidade; enquadramento interseccional; violência sexual; violência contra a mulher.
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