INOVAÇÕES NO MANEJO DE PASTAGENS E SUSTENTABILIDADE DA PECUÁRIA DE CORTE EM MATO GROSSO

A pecuária de corte no Mato Grosso é um setor vital para a economia, destacando-se pela integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e pelo uso de forrageiras, como Brachiaria spp. e Panicum spp., que são as principais fontes alimentares para a produtividade de bovinos a pasto. As pesquisas da Embrapa Agrosilvipastoril em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFMT têm se concentrado para otimizar a produção e a qualidade da forragem em sistemas de produção animal em pastagens. O uso de modelagem matemática tem permitido estimar o crescimento da forragem, contribuindo para ajustes de manejo. A flexibilidade no manejo do pastejo dos capins Quênia e Tamani [Megathyrsus maximus (Jacq.) B. K. Simon & S. W. L. Jacobs] tem melhorado o potencial de perenidade das pastagens, enquanto estudos com os capins híbridos Ipyporã (Brachiaria híbrida ‘BRS RB331 Ipyporã’) e Mulato II (Brachiaria brizantha × B. decumbens × B. ruziziensis) têm demonstrado que Ipyporã, apesar de menor acúmulo inicial, é mais resistente a cigarrinhas de pastagem, oferecendo uma alternativa viável para regiões tropicais. A inoculação com Azospirillum brasilense tem se mostrado uma estratégia eficaz para fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a dependência de fertilizantes minerais. Além disso, o manejo de múltiplas espécies forrageiras em consórcios durante a entressafra garantiu forragem com melhor valor nutritivo em períodos críticos (deficiência hídrica) e favoreceu a produção de palhada para o plantio direto. As inovações geradas por estas pesquisas não só aumentaram a produtividade dos sistemas de produção animal e agrícola, como também contribuíram para a sustentabilidade e preservação dos recursos naturais da região amazônica.