INFECÇÃO SIMULTÂNEA POR CITOMEGALOVÍRUS E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL RETARDANDO O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO PRECOCE.



INFECÇÃO SIMULTÂNEA POR CITOMEGALOVÍRUS E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL RETARDANDO O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO PRECOCE.
Igor de Jesus Pereira da Silva Lima
Maria Luisa de Oliveira Franklin
Amâncio Ferreira Estrela Filho
Carlos Henrique da Silva Franco
Fábio Arcoverde Coutinho de Meneses
Kaio Danillo Veloso Leal
Catarina Fernandes Pires
Roberta Oriana Assunção Lopes de Sousa
Luiza de Sá Urtiga Santos
Maira Cristine de Sousa
Simone Soares Lima

10/09/2020
144-151
12
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, e multissistêmica que possui etiologia desconhecida e natureza autoimune (BORBA et al., 2008). Em portadores de LES, infecções constituem uma das maiores causas de morbimortalidade, haja vista o uso de terapia imunossupressora para o tratamento de suas complicações sistêmicas (JEONG et al., 2009). O Citomegalovírus (CMV), patógeno de alta prevalência mundial, destaca-se por mimetizar as manifestações do LES, sendo a coexistência destas duas entidades capaz de retardar o diagnóstico e o tratamento, além de prolongar a sintomatologia, o período de hospitalização e elevar a mortalidade por LES. Este, por sua vez, eleva o risco de acometimento renal, hepático e das retinas pelo CMV.Este artigo analisa o caso de uma paciente de 12 anos, do sexo feminino que, por conta da sobreposição sintomatológica de LES com CMV, teve o diagnóstico e o início da terapêutica retardados, além de maior período de internação. Como reflexo, o quadro se agravou, cursando com febre persistente, comprometimento renal (creatinina 3,7 mg/dL, ureia 127,3 mg/dL, ascite, edema palpebral) e hematológico (hemoglobina 5,3g/dL, plaquetas 145.000/mm3). À época do diagnóstico, cinco meses após o início dos sintomas, a paciente apresentava ainda um quadro de nefrite e derrames pleural e pericárdico. Iniciou-se tratamento com ganciclovir para citomegalovirose. A terapêutica imunossupressora para LES foi iniciada no 30º dia de uso do antiviral, quando ocorreu melhora da febre. Houve resolução da sintomatologia e a paciente foi encaminhada ao ambulatório de LES para seguimento. Conclui-se que a associação entre citomegalovírus e Lúpus Eritematoso Sistêmico pode retardar o início do tratamento com imunossupressores para o LES, a qual é a terapêutica mais indicada, postergando a resposta clínica do paciente ao tratamento. O decorrente prolongamento do tempo de internação de um paciente com déficit imunológico em decorrência do LES também aumenta o risco de complicações futuras.
Ler mais...Lúpus Eritematoso Sistêmico. Citomegalovírus. Doenças Inflamatórias Sistêmicas. Imunossupressão.
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