HIV - DEMÊNCIA ASSOCIADA À SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA): DANO À BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA

A infecção pelo HIV pode desencadear uma cascata de eventos que culminam em complicações neurológicas. Essas manifestações podem ser atribuídas tanto ao vírus em si quanto a infecções oportunistas, neoplasias e efeitos colaterais da terapia antirretroviral. A fisiopatologia subjacente envolve a interação complexa entre o HIV e o sistema nervoso central (SNC), influenciada pela permeabilidade da barreira hematoencefálica (BHE). Embora a BHE desempenhe um papel crucial na proteção do SNC, o HIV pode atravessá-la, estabelecendo um reservatório viral. As características imunológicas únicas do SNC, a baixa penetração de antirretrovirais e a capacidade do vírus de sofrer mutações contribuem para a persistência da infecção nesse compartimento. Uma das consequências mais devastadoras da infecção pelo HIV no SNC é a demência associada ao HIV. Essa síndrome neurocognitiva progressiva é resultado da interação complexa entre o vírus, a resposta imune do hospedeiro e fatores neurotóxicos. A patogênese da demência associada ao HIV envolve mecanismos multifatoriais, incluindo a perda neuronal, a inflamação crônica e a disfunção sináptica.