HIPERCEMENTOSE: ASPECTOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS

A presença de hipercementose na superfície radicular dentária pode ser indicativo de implicações clínicas na conduta terapêutica pela alteração nas características morfológicas da raiz proveniente do aumento da deposição da matriz cementária. Mas quais seriam as dificuldades que o cirurgião-dentista encontraria com dentes com hipercementose? Objetivo: O presente trabalho traz um panorama da literatura científica sobre a hipercementose radicular e sua relevância nas áreas da endodontia, ortodontia e cirurgia. Realizou-se um levantamento dos artigos científicos em português, espanhol e inglês nas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde, PubMed, MEDLINE e Scielo, publicados no período de 2019 a 2025. A revisão bibliográfica evidenciou que o diagnóstico da hipercementose é estabelecido durante exame radiográfico de rotina, devido ao seu caráter assintomático. A tomografia computadorizada de feixe cônico é uma ferramenta complementar na avaliação do tamanho e do formato do contorno da raiz, assim como na integridade dos elementos anatômicos adjacentes, o que possibilita o diagnóstico diferencial de outras condições ósseas e dentárias. A deposição sucessiva de camadas de cemento na raiz dentária pode acarretar implicações na terapêutica endodôntica, ortodôntica ou cirúrgica, pois pode afetar o comprimento, a localização ou obliteração do forame apical, comprometer a movimentação ortodôntica dentária ou tornar a extração mais complexa. Concluiu-se que estudos sobre as relações dos tecidos apicais, os aspectos clínicos e imaginológicos da hipercementose podem contribuir para o estabelecimento de diagnóstico e intervenção terapêutica com eficácia e segurança.