EXISTE ASSOCIAÇÃO ENTRE O CLAMPEAMENTO OPORTUNO DO CORDÃO UMBILICAL E A OCORRÊNCIA DE ICTERÍCIA NA PRIMEIRA SEMANA DE VIDA?

Objetivo: verificar associação entre clampeamento oportuno do cordão umbilical e icterícia neonatal na primeira semana de vida. Método: estudo de coorte desenvolvido em um Hospital Público do Distrito Federal. A coleta de dados ocorreu de agosto a outubro de 2016, incluindo 93 bebês nascidos por via vaginal, por meio de observação não participante do nascimento, acompanhamento do estado clínico do recém-nascido, visitas no Alojamento Conjunto e análise de prontuário eletrônico durante a internação hospitalar. No sétimo dia de vida do neonato, por meio de um telefonema, realizou-se entrevista com a mãe para se averiguar a ocorrência de icterícia após a alta hospitalar. Realizou-se análise por estatística descritiva, testes de hipóteses e não paramétricos para medianas. Resultados: A prevalência de icterícia foi de 30%. Apenas 13 dos 28 bebês com diagnóstico de icterícia tiveram indicação de tratamento, o que corresponde a 46,43%. Não houve associação entre o clampeamento oportuno do cordão umbilical e a ocorrência de icterícia (p=0,90), entretanto verificou-se que o parto assistido pelo(a) enfermeiro(a) apresentou mediana e quartis com maiores tempos de clampeamento (155 segundos de mediana e quartis 25 e 75 de 107 e 213 segundos respectivamente). Um dado preocupante foi a pouca adesão das mães à consulta com o pediatra na Atenção Básica na primeira semana de vida do bebê. Conclusão: Não foi detectada associação entre a exposição e o desfecho. Entretanto, devido às limitações do estudo e evidências conflitantes na literatura, recomenda-se o desenvolvimento de estudos com amostras com maior poder estatístico para confirmação destes achados.