ESTUDO FARMACOGNÓSTICO DE LEONOTIS NEPETIFOLIA (L.) R.BR. (LAMIACEAE).

Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. (Lamiaceae) é uma planta popularmente designada como cordão de frade ou cordão de São Francisco, de distribuição pancontinental, considerada espontânea e comumente conhecida como ruderal ou invasora de pastagens e áreas agricultáveis. É utilizada pela medicina ayurvédica, sob a forma de chás, compressas ou cataplasma, para tratamento de doenças de origens distintas; e por diversas tribos africanas, em rituais religiosos, por conta das suas propriedades enteógenas. Os efeitos de alteração da consciência e percepção são obtidos através do ato de fumar as folhas secas desta planta, que contêm o alcaloide psicoativo leonurina, sendo considerados semelhantes aos produzidos pela Cannabis sativa. Diante da escassa literatura acerca da anatomia, propriedades e emprego desta espécie botânica, o presente trabalho tem como objetivo realizar a sua caracterização microquímica, histoquímica e anatômica, visando o estabelecimento de padrões que permitam a sua identificação. Para tal, foram coletadas amostras de ramos estéreis e de sumidades floridas da planta no município de Magé, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, parte do material foi fixado em glutaraldeído com tampão fosfato para estudos anatômicos e histoquímicos, e outra parte foi submetida a secagem em estufa a 45°C por 72 horas, sendo posteriormente pulverizado para preparação de extratos para análises microquímica e cromatográficas. As análises morfológicas e anatômicas forneceram dados importantes de caracterização de Leonotis nepetifolia, contribuindo para a identificação da matéria-prima vegetal, destacando características específicas, como a arquitetura da planta, caracteres anatômicos tais como os tricomas tectores e secretores e a estrutura do pecíolo. As análises químicas revelaram a presença de flavonoides e taninos, por exemplo, que são compostos que podem produzir diversos benefícios para a saúde. Desta forma, Leonotis nepetifolia, ainda pouco explorada, apresenta-se como uma espécie promissora na pesquisa de novos tratamentos medicinais e terapêuticos.