ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL E A EDUCAÇÃO INTEGRAL: ALGUMAS REFLEXÕES DE CONTEXTO E DE CONCEPÇÃO

Embora a discussão da escola em tempo integral passe pela compreensão das políticas de oferta a esta modalidade de ensino, há uma preocupação anterior a das políticas em si e que expressam-se nelas: o currículo da educação integral. Há uma diferença, que não é uma questão de semântica, entre a educação integral (o currículo integrado) e a educação em tempo integral (a oferta ampliada do tempo escolar). Este artigo, neste sentido, consiste tanto numa pesquisa bibliográfica entre compreensões concernentes ao contexto histórico e à concepção pedagógica da educação integral, bem como um estudo empírico sobre as práticas de educação em tempo integral realizadas em alguns municípios do Estado do Paraná. Isto posto, este estudo tem o objetivo de refletir, não somente a dimensão política da escola em tempo integral, mas sua convergência sobre a organização curricular na perspectiva da educação integral. Neste sentido, a integralidade se converte na base conceitual e pedagógica que define currículo integrado numa perspectiva de educação de bases societárias. Esta base marca a história da educação integral, que ao consubstanciar-se na ampliação da jornada de estudos não pode secundarizar o papel do estado no provimento de políticas que possibilitem as condições concretas para a ampliação do tempo e do espaço escolar. Invariavelmente, a concepção que se tem de currículo integrado e de educação integral expressam as políticas de oferta a esta modalidade de ensino. Isto pressupõe ir para além de políticas assistenciais e compensatórias que prevêem atividades fragmentadas que dualizam o tempo e o espaço escola