ENTRE SUCESSÕES E COEXISTÊNCIAS: A EMPIRICIZAÇÃO DO TEMPO E A TÉCNICA NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO

O presente artigo propõe um debate sobre o espaço geográfico com base nas contribuições de Milton Santos (1996). Como objetivo geral, busca-se analisar a relação entre o tempo e as técnicas na produção do espaço geográfico. De forma mais específica, pretende-se discutir a empiricização do tempo na perspectiva miltoniana, além de compreender o papel das técnicas na produção do espaço. Para alcançar esses objetivos, foram realizados levantamentos bibliográficos e pesquisas relacionadas à epistemologia da geografia. Em seguida, analisaram-se as concepções presentes na obra A Natureza do Espaço: tempo e técnica, razão e emoção, bem como em outros textos de Milton Santos que fundamentam essa produção. Os resultados indicam que o enfoque nas técnicas oferece à geografia a oportunidade de compreender os mecanismos de produção e (re)produção do espaço geográfico. Observa-se que as características da sociedade e do espaço estão intimamente ligadas a determinados estados das técnicas. Compreender os sistemas técnicos sucessivos é essencial para entender as diferentes formas históricas de estruturação, funcionamento e articulação do tempo, especialmente na contemporaneidade. Conclui-se que o tempo é inseparável do espaço e, para adquirir concretude, deve ser necessariamente empiricizado. Ressalta-se, ainda, que, em cada lugar geográfico, existe, a cada momento, um conjunto de técnicas, instrumentos de trabalho e formas organizacionais, resultado de uma combinação específica, historicamente determinada.