ENTRE A BNCC E O MITO DA CAVERNA: O ENSINO NAS PRÁTICAS COTIDIANAS ESCOLARES

Este artigo problematiza a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que, ilusoriamente, afirma, por via de seus discursos, fomentar qualidade e equidade na educação básica brasileira. Diante de uma suposta soberania, a Base coloca-se em patamar superior frente à realidade das escolas públicas do país e, ainda, como uma solução às práticas docentes e às desigualdades sociais. Questionando tais equívocos, a fim de trazer lume sobre a atual situação educacional posta, traçamos, neste texto, uma analogia entre a BNCC e o Mito da Caverna, de Platão, a fim de pensarmos possíveis estratégias pedagógicas para as práticas escolares. Nesse intuito, postulamos que a BNCC pode ser aludida como uma referência à caverna; já os profissionais da educação, os prisioneiros da alegoria platônica. Considerando que a prática educativa faz parte da prática social impreterivelmente, estaria a sociedade, também, na condição de prisioneira de suas próprias ilusões, cabendo à docência a atitude filosófica (CHAUÍ, 2013) sob a luz dos cotidianos das escolas para escapar das imagens das sombras aprisionadoras e ilusórias do algar.