DO ESTIGMA À COMPREENSÃO: NOVAS DESCOBERTAS DE UM ESQUIZOFRÊNICO REFRATÁRIO

Os serviços especializados de saúde mental, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), surgiram após a ruptura do modelo de assistência mantido nos antigos manicômios. Tal acontecimento se fez necessário porque a precarização do cuidado estava fincada numa institucionalização e incompreensão sobre o adoecimento. Sabemos ainda que por muitos anos os manicômios foram um local para depósito daquilo que a sociedade da época considera imoral e/ou patológico. Não mero ao acaso, muitas pessoas que “escapavam” dos bons modos vigentes, encontravam uma contenção moralista nas paredes manicomiais. Há casos em que esse isolamento institucional perpassou ao longo de uma vida, estagnando a autonomia e o autocuidado. As condições de higiene eram deploráveis e não havia uma proposta legítima de reabilitação social. Atualmente, uma das propostas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), é de promover justamente estratégias de cuidado que atuem como uma reabilitação psicossocial. Desse modo, os CAPS também recebem, embora menos frequente, pacientes com transtornos mentais que infringiram à lei e que estiveram detidos em Manicômios Judiciários. Especificamente nesse capítulo, trazemos à luz uma Intervenção enquanto trabalhadoras do serviço especializado de saúde mental através um relato de experiência com um dos pacientes que esteve nessas condições supracitada. O objetivo é desmistificar os receios acerca da CID 10 F20 e proporcionar ao leitor um olhar em profundidade ou ainda, uma desconstrução do estigma que circunscreve a esquizofrenia. Ao final do texto, o leitor acompanhará não só resultado dessa experiência como também a importância da compreensão e reabilitação psicossocial nos casos de transtornos mentais.