DISTRIBUIÇÃO RACIAL E DE RENDA DOS ALUNOS DOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS DO INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA: A QUESTÃO DO OESTE CATARINENESE

Este estudo analisa o perfil racial e socioeconômico dos estudantes dos cursos técnicos integrados do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) na região oeste do estado, a partir dos dados do Censo Escolar de 2023 (Plataforma Nilo Peçanha). Os resultados apontam que a maioria dos discentes se autodeclara branca (75,18%), enquanto grupos historicamente marginalizados — pretos (4,01%), pardos (16,71%) e indígenas (0,17%) — encontram-se sub-representados em comparação com a composição da população catarinense. No recorte socioeconômico, 88% dos alunos pertencem às classes C, D e E, com renda familiar per capita de até R$ 3.980, confirmando o caráter popular da instituição. Contudo, observam-se variações significativas entre câmpus: Chapecó, Xanxerê e Caçador apresentam menor inclusão das classes mais pobres, enquanto São Miguel do Oeste e São Carlos destacam-se pela maior representatividade desses grupos. A elevada proporção de estudantes que não declararam renda (13,39%, chegando a 33,66% em Caçador) constitui um obstáculo à compreensão integral do perfil discente e pode mascarar desigualdades internas. Conclui-se que, embora os cursos técnicos integrados do IFSC representem um instrumento relevante de inclusão social e educacional, persistem barreiras estruturais que limitam a equidade racial e socioeconômica. Tais evidências reforçam a necessidade de políticas institucionais mais eficazes de acesso, permanência e divulgação, capazes de assegurar que a diversidade da sociedade catarinense esteja plenamente refletida no corpo discente.