DESSECAÇÃO DE ESPOROS DE UMA ESPÉCIE DE ISOËTES (LYCOPHYTA) ENDÊMICA DA AMAZÔNIA COMO ESTRATÉGIA PARA SUA CONSERVAÇÃO



DESSECAÇÃO DE ESPOROS DE UMA ESPÉCIE DE ISOËTES (LYCOPHYTA) ENDÊMICA DA AMAZÔNIA COMO ESTRATÉGIA PARA SUA CONSERVAÇÃO

01/08/2024
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Objetivo: A dessecação de estruturas germinativas tem se mostrado uma ferramenta promissora para a conservação de espécies vegetais, incluindo formas de vida aquáticas. Ao reduzir o metabolismo celular, a dessecação pode alterar o tempo de germinação e a viabilidade de esporos. Este trabalho objetivou avaliar a tolerância de esporos de Isoëtes cangae, uma licófita endêmica de um único lago de altitude amazônico, à dessecação após diferentes períodos e a sua influência na fecundidade dos esporos. Indivíduos de I. cangae coletados em seu habitat natural foram utilizados para obtenção de esporos. Esporos femininos (megásporos) e masculinos (micrósporos) foram submetidos a três condições de umidade: hidratados (controle); dessecados à umidade relativa do ar (D60); e dessecados em dessecador contendo sílica gel (D30). Os testes de fecundidade foram realizados após 30, 90, 180 e 365 dias de armazenamento dos esporos. Para cada período foram obtidos os percentuais de germinação (%G) e de geração de esporófitos (%E), o tempo mínimo para germinação (Tg) e valor de pico da emergência de esporófitos (VP). Os megásporos e micrósporos frescos de I. cangae apresentaram alta viabilidade inicial (G = 99%). Megásporos dessecados e hidratados apresentaram %G variável, atingindo valores acima de 40% após um ano de armazenamento, com exceção dos megásporos D60, que não germinaram após esse tempo. Megásporos e micrósporos dessecados não diferiram das amostras hidratadas quanto ao %E após 30, 90 e 180 dias. Após um ano o %E foi igual a 100% em todos os tratamentos, com exceção dos megásporos D60. Variações no Tg e VP também foram observadas para os diferentes tratamentos. Os resultados desse trabalho sugerem que a tolerância de megásporos e micrósporos à dessecação constitui uma das adaptações adquiridas durante a evolução do grupo. O grau de dessecação dos esporos e o tempo de armazenamento de esporos hidratados e dessecados podem afetar a sua viabilidade.
Ler mais...endemismo; licófitas; viabilidade de esporos; tolerância
BIOTECNOLOGIA E BIODIVERSIDADE: NOVAS PERSPECTIVAS EM PESQUISA - VOLUME 1
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