DANO PELO FRIO EM MANGA: ASPECTOS FISIOLÓGICOS, BIOQUÍMICOS E TECNOLÓGICOS

O armazenamento a frio é considerado o método mais eficaz para prolongar o armazenamento de produtos frescos. No entanto, as frutas tropicais e subtropicais, a exemplo da manga (<13 ºC) são sensíveis ao frio. Dano pelo frio (DF) é o termo usado para descrever o distúrbio fisiológico que ocorrem em vegetais armazenados como resultado de sua exposição a baixas temperaturas, mas sem congelamento. A essas temperaturas, os tecidos enfraquecem porque são incapazes de continuar os processos metabólicos normais desencadeando várias alterações fisiológicas e bioquímicas. A susceptibilidade dos produtos armazenados ao DF varia conforme a espécie (cultivar), estádio de maturação, tipo de tecido, fatores ambientais (temperatura, luz e umidade relativa) e o binômio tempo e temperatura de exposição a baixas temperaturas. Na manga os sintomas de DF são mais evidentes na casca e incluem manchas escurecidas semelhantes à queimadura e aprofundadas, o que limita seu potencial de comercialização e consumo. Nesse sentido, vários são os métodos que podem ser empregados para atenuar e até inibir o aparecimento de lesões por frio em mangas armazenadas, como a manipulação da temperatura de armazenamento (baixa temperatura, tratamento térmico, aquecimento intermitente), atmosfera controlada, produtos químicos, atmosfera modificada (embalagens, revestimentos), poliaminas, radiação (UV-B, UV-C) e mais recentemente aditivos alimentares (sorbitol). A eficácia de cada tratamento sobre o DF varia conforme a cultivar, maturidade da fruta, dosagem e do tempo de exposição. Assim, este trabalho tem por objetivo elucidar os mecanismos fisiológicos e bioquímicos que desencadeiam as lesões por frio ou DF em vegetais armazenados, com foco tecnológico nos frutos da mangueira.