CULTURA DA PÓS-VERDADE E DESCONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE SER HUMANO INTEGRAL: UMA INTERLOCUÇÃO ENTRE ZYGMUNT BAUMAN E O PAPA FRANCISCO

Na era da Pós-Verdade, percebemos uma rápida transformação social-cultural, midiatizada e politizada, de proporções globais. Cresce a cultura do efêmero, marcadamente individualista, caracterizada pela fluidez das relações, que dilui certezas, crenças e práticas sólidas, afetando diretamente o comportamento humano. Percebe-se um crescente conflito entre objetividade e subjetividade. Há uma tentativa de desconstrução o conceito de ser humano integral, valorizando em todas as dimensões e visibilizado enquanto corpo e sexualidade, cada vez mais forçado a rever seus conceitos sólidos e objetivos. Assim, na sociedade hodierna, ao mesmo tempo que aumenta quantidade de informações imediatas e eficientes nas mídias sociais, cresce o número das fakes News, dos conteúdos fúteis, do racismo, da indiferença, das relações inconstantes/líquidas/fluídas, da exploração, alienação e fragmentação do ser humano. Diante disso, nos novos espaços de transmissão de informação, conquistados pelas mídias sociais, surge como uma grande oportunidade para o diálogo com a sociedade moderna, apresentando o ser humano em sua totalidade e unidade mais profunda. Por isso, indagamos: Na cultura da Pós-Verdade, como valorizar o corpo e a sexualidade humana, no contexto das experiências religiosas? Com o objetivo de responder nossa problemática e apresentar uma proposta de diálogo no espaço público, por meio de uma pesquisa bibliográfica, analisaremos a temática em questão, dialogando com a sociologia de Zygmunt Bauman e a teologia do Papa Francisco.