CONSIDERAÇÕES ATUAIS PARA RESTAURAÇÃO EM DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE

A restauração de dentes tratados endodonticamente representa uma etapa fundamental para garantir a longevidade da estrutura dentária e o sucesso do tratamento. Alterações biomecânicas, como a perda de resistência e a desidratação dentária, tornam necessária a adoção de estratégias restauradoras personalizadas. Este trabalho tem como objetivo revisar criticamente a literatura científica recente sobre técnicas restauradoras aplicadas a dentes tratados endodonticamente, com foco na biomecânica, seleção de materiais, uso de pinos intra-radiculares e abordagens minimamente invasivas. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com busca em bases de dados como PubMed, SciELO e Google Acadêmico. Foram selecionados artigos publicados nos últimos quinze anos, nos idiomas português, inglês e espanhol, utilizando critérios de inclusão baseados na relevância, disponibilidade e adequação temática. A análise de 28 estudos revelou que a resistência do dente restaurado está mais associada à preservação da estrutura remanescente do que ao uso de pinos. Restaurações diretas com resinas compostas, especialmente aquelas reforçadas com fibras, mostraram-se eficazes em casos com menor perda estrutural. Técnicas indiretas como onlays, inlays, endocrowns e o uso de cerâmicas modernas apresentaram bons resultados quanto à durabilidade e à preservação tecidual. A literatura ressalta os riscos do preparo para pinos e reforça a importância do isolamento absoluto e da adesão eficaz. Conclui-se que a escolha da técnica restauradora deve considerar a estrutura remanescente, localização do dente, demandas funcionais e individualidade do paciente.