CONFIGURAÇÃO SOCIOESPACIAL DAS CADEIAS PRODUTIVAS DA AGRICULTURA FAMILIAR CAMPONESA NA AMAZÔNIA: UMA ANÁLISE DE CIRCUITOS, REDES E CAPITAIS.

A Amazônia no século XXI se apresenta como um dos palcos mais complexos e decisivos do Brasil e do planeta, onde se entrelaçam, de forma contraditória, os imperativos globais da acumulação de capital, as urgências ambientais de escala planetária e as resistências tenazes de modos de vida historicamente produzidos. Compreender a dinâmica (ambiental, política, social e econômica) desta região exige muito mais do que a aplicação de modelos teóricos universais; demanda uma composição teórica sensível às suas especificidades, capaz de identificar e analisar a intrincada teia de relações que conectam a floresta, os rios, as cidades aos diversos grupos e classes sociais. Este capítulo se propõe a realizar esta composição, tomando como fio condutor as cadeias produtivas da agricultura familiar camponesa – não como um mero segmento econômico, mas como um fenômeno socioespacial total –, analisadas por meio de um diálogo teórico a partir de pensadores contemporâneos.