COMUNIDADE QUILOMBOLA MORRO DE SÃO JOÃO, TERRITÓRIO ORIGINÁRIO AO TERRITÓRIO DO DEVIR

A partir dos elementos expressos e dispostos no território do devir, busca-se caracterizar o território real com base nas premissas do território originário através da análise da delimitação territorial da comunidade quilombola Morro de São João, no município de Santa Rosa do Tocantins, mediante memórias e culturas vislumbradas na resolução do processo de titulação territorial deste quilombo. Os marcadores geográficos identificados apresentaram especificidades de africanidade e identidade quilombola, além de contribuírem para o reconhecimento oficial inicial da composição do território, que carece de ser titulado e restabelecido a quem de direito, a comunidade quilombola Morro de São João, visando o apoio à permanência e à existência digna dos moradores em seu território e a prevenção da evasão. Para se chegar à discussão do que se propõe ao território do devir, é preciso desenvolver um paralelo entre o território originário e o território real da comunidade quilombola Morro de São João, a partir de fontes documentais e da oralidade. Inicialmente, é realizada uma análise da constituição e historicidade do Quilombo Morro de São João, possibilitando o encaixe das peças reconhecidas no mosaico que envolve o patrimônio territorial do núcleo familiar Sena Ferreira, origem afrodescendente da comunidade. Em seguida, são discutidos outros aspectos de Morro de São João, sua história, transformações e desafios, relacionando-os à análise da oralidade e da necessidade de restabelecimento na perspectiva do território do devir.