CAPITAL INVESTIDO EM GESTÃO AMBIENTAL E DESEMPENHO FINANCEIRO: CASOS BRASILEIROS

Devido aos avanços da degradação ambiental, surgiu, nas organizações contemporâneas, a necessidade de desenvolver uma consciência ecológica, visando criar e incorporar valores e diretrizes relacionadas a questões de preservação do meio ambiente. A busca de redução de emissão de gases do efeito estufa, a comercialização de créditos de carbono e a utilização de fontes de energia renováveis, são evidências do uso de recursos naturais da forma mais racional possível. Neste contexto, pode-se destacar o problema da conciliação entre obter resultados financeiros e o investimento de recursos em diretrizes e ações que possuem algum viés ou variável ecológica. O objetivo principal deste artigo é descrever as principais medidas socioambientais tomadas nas organizações pesquisadas e verificar alguns dos seus principais indicadores de desempenho, nas vertentes de lucratividade e crescimento. Desenvolveu-se a presente pesquisa por meio de pesquisa bibliográfica, realizando-se também um estudo de casos múltiplos, em três empresas, que foram escolhidas devido à sua atuação e reconhecimento nacional e internacional. Dos dados coletados e analisados, em que pesem as limitações inerentes ao método de estudos de casos e a complexidade inerente à realidade empresarial, concluiu-se ser possível haver uma certa harmonia entre lucratividade e crescimento e a tomada de medidas socioambientais, em atendimento às exigências impostas pela sociedade moderna, como mostram os caso estudados. Entretanto, é preciso ter-se em mente que o desempenho financeiro é um construto, passível de ser afetado por diversas outras variáveis; destarte, indica-se, também, a possibilidade de que, em momentos de turbulência, sobretudo, existam divergências de resultados projetados e obtidos, quanto às trajetórias de investimento socioambiental e do desempenho financeiro.