BEM VIVER E SUSTENTABILIDADE: PARADIGMAS DESENVOLVIMENTISTAS EM DISPUTA NO OPARÁ (RIO SÃO FRANCISCO)

O presente artigo surge para entender quais são os alcances e desafios do Bem Viver e da sustentabilidade enquanto paradigmas desenvolvimentistas distintos de se pensar a atual situação do Opará (Rio São Francisco), tendo em vista que há um conflito de interesses entre os Povos Indígenas do Nordeste e as elites não indígenas. Ao reconhecer que cada etnia indígena possui contribuições imprescindíveis para o atual debate sobre desenvolvimento, o objetivo deste artigo é apresentar as contribuições que as etnias indígenas do Opará oferecem para a noção de sustentabilidade, de modo que isso nos permita: a) Discutir as noções de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável na literatura; b) Trazer para o debate a proposta ancestral de Bem Viver dos Povos Originários; c) Comparar os pontos convergentes e divergentes das propostas de desenvolvimento sustentável e Bem Viver. Além de problematizar a sustentabilidade enquanto forma velada da expansão capitalista, defende-se que é preciso pensar em desenvolvimento para além de suas concepções ocidentais, a fim de incluir modos de vida indígenas, ribeirinhos e quilombolas que são mantidos à margem dos interesses do sistema capitalista, colonial e moderno.