AVALIAÇÃO DO POTENCIAL USO DE BAMBUS EM ÁREAS MUNICIPAIS PARA COMPENSAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2: UM ESTUDO DE CASO PARA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP

Devido ao seu rápido crescimento e eficiência na captura e fixação de CO2, o bambu pode ser uma excelente estratégia natural para controlar as emissões de carbono. As taxas médias de armazenamento e captura de carbono para algumas espécies de bambu variam entre 30 – 121 Mg ha-1 e 6 – 13 Mg ha-1 ano-1, respectivamente. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial uso de algumas espécies de bambu como estratégia para compensar as emissões de CO2 de municípios. Para tal finalidade, foi selecionada como modelo a cidade de São José dos Campos (SJC), no estado de São Paulo. Esta cidade apresenta índices anuais substanciais de emissões de dióxido de carbono, estimados em 3.377.660,24 toneladas no ano de 2022. Com base no monitoramento histórico das emissões e remoções de CO2 pela cidade e dados publicados sobre a captura de CO2 para diferentes espécies de bambu, uma calculadora foi desenvolvida para simular a área de plantio necessária para a compensação. No caso de SJC, a área estimada para plantio de bambu necessária para compensar as emissões totais de CO2 para o ano de 2022, foi de aproximadamente 345 km2. Essa área corresponde a 35% da área municipal, indicando que para atingir a compensação de carbono zero é uma tarefa impraticável devido a necessidade de uma grande área. No entanto, a calculadora pode ser usada para simular outros cenários mais realistas, auxiliando na avaliação de compensação de créditos de carbono de instituições públicas, empresas e pequenos produtores rurais.