ATIVIDADES ANTIVIRAL E IMUNOMODULADORA DA ESPÉCIE SCHWARTZIA BRASILIENSIS CHOISY CONTRA O VÍRUS DENGUE-2

Estima-se que cerca de metade da população mundial esteja em risco de infecção por dengue e, a cada ano, aproximadamente 100 milhões de casos sintomáticos são detectados. Isso representa uma carga significativa para os sistemas de saúde em vários países, gerando grandes impactos econômicos. Schwartzia brasiliensis Choisy (Marcgraviaceae) ocorre principalmente em restingas da Paraíba até Santa Catarina. O presente estudo avalia composição química e efeitos antiviral e imunomodulador do extrato bruto e frações de S. brasiliensis. O extrato bruto etanólico das folhas (NB1) foi particionado, gerando as frações em hexano, diclorometano (NB3), acetato de etila (NB5), butanol (NB6) e água. NB5 foi novamente fracionada por cromatografia de contracorrente, usando-se o sistema bifásico clorofórmio:metanol:água 7/13/8, resultando no isolamento dos flavonóides hiperosídeo e kaempferol. Monócitos aderentes humanos infectados in vitro com vírus da dengue (DENV)-2 foram incubados com NB1, NB3, NB5 e NB6. As atividades foram determinadas pela detecção intracelular do antígeno DENV nos monócitos e pela secreção de proteína viral NS1 e citocinas. NB1 exibiu ambas as atividades antivirais (antígenos intracelulares e secretados) e todas as frações modularam a produção de NS1. TNF-α foi inibido por NB3 e NB6; IL-6 foi inibida por NB1, NB3 e NB6; IL-10 por NB1 e NB3; e IFN-α por NB6. NB1 apresentou o melhor efeito antiviral, enquanto NB3 apresentou efeito imunomodulador nas citocinas inflamatórias e antiinflamatórias. Durante a infecção in vitro por DENV, S. brasiliensis exerce efeitos antivirais e imunomoduladores provavelmente associados, visto que menor carga viral pode levar a menor imunoestimulação.