ASSOCIAÇÕES, COOPERATIVAS E A ECONOMIA SOLIDÁRIA: DAS ROÇAS AOS MERCADOS

As cooperativas e associações de produtores rurais familiares no Brasil representam uma reconfiguração das relações sociais de produção, baseada na economia solidária e na autogestão. Elas promovem um uso do território contra hegemônico expropriador, fortalecendo circuitos inferiores de economia e contestando a lógica homogeneizante do circuito superior do agronegócio. Esta dinâmica é estruturada por densas redes de solidariedade que fomentam o capital social e cultural, fundamentais para a constituição de um modo de vida socioterritorial que integra identidade, reprodução (material e simbólica) na defesa de seus modos de vida e de suas instituições. No entanto, estas iniciativas enfrentam as diversas formas de poder (simbólico, econômico e cultural) do capital, que busca subordiná-las à sua lógica. A conversão do capital social e cultural em capital econômico estável permanece seu principal desafio, tornando-os espaços centrais nos processos de reivindicação por um projeto justo e democrático para o campo brasileiro.