ASSISTÊNCIA A PACIENTE COM DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA



ASSISTÊNCIA A PACIENTE COM DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Francisco Arthur Rolim Bezerra dos Santos
Francisco Gilvan Bezerra dos Santos
Antônia Gabriela Freitas de Vasconcelos
Camila Ximenes Pinto
Maria Améllya Nunes Diniz
Davi Costa de Albuquerque
Gabrielle Lima da Silva

30/06/2022
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A doença trofoblástica gestacional representa um espectro de distúrbios ocasionados pela proliferação de células trofoblásticas da placenta humana devido a gametogênese imperfeita, podendo cursar com formas clínicas malignas e benignas. Um fator de extrema importância relacionado a doença é a repercussão emocional após o diagnóstico, já que é uma patologia desconhecida por boa parte das pacientes e repercute com a vivência do processo de luto, o potencial maligno da doença em alguns casos, o posterior e longo acompanhamento ambulatorial e o atraso no plano reprodutivo por 6 meses após a remissão completa da doença. Este relato discorre sobre a experiência vivenciada por um grupo de estudantes de medicina, em um hospital secundário de Fortaleza-Ce, acerca do atendimento de uma paciente de 36 anos, G1P0A0, com idade gestacional de 10 semanas e 6 dias, que apresentava queixa de sangramento transvaginal discreto associado a dor de moderada intensidade há 48 horas, sendo diagnosticada após realização de anamnese, exame físico e exames complementares (ultrassonografia obstétrica e beta-HCG) com Doença Trofoblástica Gestacional (DTG), apresentando repercussões clínicas e psíquicas importantes, devido ao processo de luto e entendimento acerca do processo de saúde e doença. Sabe-se que, de acordo com a literatura, o diagnóstico de qualquer doença é um fator que afeta diretamente o psicológico do paciente e de seus familiares e no contexto da DTG a paciente se depara com o luto pela perda gestacional e com o medo relacionado ao desconhecimento da doença e da sua repercussão na saúde atual e futura e na vida reprodutiva. a. Além disso, diante do quadro de acompanhamento médico prolongado, associado a interrupção da possibilidade de gestar novamente por 6 meses após a normalização do beta-HCG, é possível identificar novos gatilhos para a angústia de muitas pacientes que se deparam com adiamento do sonho da maternidade. Apesar dos entraves, a doença possui bom prognóstico, principalmente em casos de diagnóstico precoce e por isso sua identificação é de extrema relevância, uma vez que podem evitar complicações. Este relato busca descrever a experiência de alunos da graduação do curso de medicina em um atendimento de paciente com diagnóstico de Doença Trofoblástica Gestacional e contribuir na caracterização do quadro clínico dessa doença, permitindo que o profissional de saúde reconheça e estabeleça de forma eficaz a conduta correta para o caso assim como abranja as queixas emocionais, podendo-se fazer escuta ativa, esclarecer e ter empatia pela paciente e seus questionamentos, como forma de deixar a sua experiência com o processo de luto e de saúde-doença menos traumático.
Ler mais...Gravidez molar, Mola hidatiforme, Doença trofoblástica gestacional, Luto.
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