AS TEORIAS DO BIOPODER E BIOPOLÍTICA NO ENSINO DE ZOOLOGIA: O SÉCULO XXI EM PAUTA

Este artigo analisa a teoria do poder de Michel Foucault aplicada à zoologia, explorando como suas concepções de poder difuso e biopoder desafiam a visão tradicional da ciência zoológica como uma disciplina neutra e objetiva. A partir dos conceitos de "poder-saber" e "biopoder", discutimos o papel do conhecimento científico no controle e na normatização das vidas animais, refletindo sobre a influência do poder humano nas práticas de domesticação, confinamento e experimentação. Argumentamos que o poder, conforme abordado por Foucault, é exercido nas interações diárias entre humanos e outras espécies, revelando-se em práticas de hierarquização e disciplina que determinam quais comportamentos são aceitos e quais vidas são instrumentalizadas. Este enfoque permite uma análise crítica das relações de dominação e controle entre humanos e animais, sugerindo uma postura ética mais reflexiva e responsável na zoologia. As considerações foucaultianas, portanto, não apenas iluminam a dimensão normativa da zoologia, mas também apontam para a necessidade de práticas que respeitem a autonomia animal, promovendo uma convivência equilibrada e justa entre espécies.