AS INFECÇÕES DO CORAÇÃO

A endocardite infecciosa trata-se de uma patologia microbiana que acomete o endocárdio, camada mais interna do coração, que reveste as câmaras e válvulas cardíacas. Nesse sentido, reforça-se a disseminação hematogênica de patógenos, sendo os mais comuns bactérias ou fungos. Assim, esses microrganismos se aderem à superfície endotelial do coração, principalmente nas valvas atrioventriculares, endocárdio dos átrios, ventrículos e grandes vasos. Dessa forma, o acometimento endocárdico propicia a colonização e instalação de valvopatias, em decorrência do agregado formado, a ser descrito mais à frente, em “aspecto de couve-flor”, como descrito por outros autores. O termo “vegetação” faz referência à lesão característica da doença, composta por plaquetas, fibrina e variada quantidade de microrganismos e células inflamatórias em seu interior. A presença de “vegetações” é mais comumente notada nas valvas cardíacas. Segundo artigo publicado em 2022, a incidência de casos de endocardite infecciosa (EI) varia de 3 a 15 por 100.000 pessoas em estudos que abrangem populações diversas. Nesse estudo, foi notada uma tendência para uma maior ocorrência em homens, com uma proporção homens:mulheres variando entre 0,96 e 2,8. Essa tendência também é observada em grandes bancos de dados internacionais, como o estudo ICE, o registro GAMES na Espanha e o estudo EURO-ENDO, recentemente publicado. Nas análises de diversas populações e registros internacionais, ainda em conformidade com o referido estudo, os pacientes mais afetados são, geralmente, os idosos, com uma idade média que varia entre 50 e 60 anos. Entretanto, a incidência da doença tende a aumentar com o avanço da idade. Uma revisão abrangente de estudos globais publicada em 2013 concluiu que tanto a predominância masculina quanto a idade avançada foram fatores que aumentaram ao longo do tempo.