AMAZÔNIA: TERRITÓRIO GLOBAL?

O movimento global de uniformização dos espaços, tem reafirmado a construção de um mundo para os iguais, num momento em que, contraditoriamente, as discussões sobre diversidade se ampliam. Iguais no sentido de reprodução de capital e sua lógica produtiva, que rapidamente alcança e se alimenta de qualquer ideia ou conceito, que ainda embrionários, tendem a formar um corpo com capacidade transformativa. A região amazônica, foi transformada por meio de movimentos globais em prol do desenvolvimento, mas tem se mostrado como uma fronteira que, pela diversidade, resiste aos modelos vigentes, exigindo uma compreensão ampla sobre o seu lugar no mundo. O objetivo é discutir questões iniciais a respeito do atual modelo de desenvolvimento e os desafios para a região Amazônia a partir de sua construção no imaginário global. A ênfase na Conferência de Estocolmo, dá-se por ter sido esta a primeira a marcar a institucionalização dos acordos globais em relação ao meio ambiente. Busca-se, portanto, uma reflexão sobre a Amazônia confrontando a ideia de uma sociedade amazônica dispersa ou à margem do desenvolvimento econômico global e os perigos de uma história única. No entanto, a coexistência dos modos de vida e desenvolvimento econômico, fazem da Amazônia um território de disputas. As sociedades amazônicas não estão dispersas dos interesses em prol do desenvolvimento econômico, mas isso não significa o seu protagonismo, e sim a centralidade da exploração de mão de obra, recursos naturais e conhecimentos tradicionais.