A PRÁTICA DA AUTOMUTILAÇÃO ENTRE ADOLESCENTES SOB A PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA EXISTENCIAL

A automutilação e os atos autolesivos se constituem como uma prática em crescimento entre adolescentes, o que tem despertado a preocupação de pais e educadores e gerado demandas para os psicólogos, seja para atendimento do adolescente ou da família. Automutilar-se é um fenômeno compreendido pela psicologia como uma expressão dolorosa e extrema de sofrimento emocional. Na pesquisa buscou-se compreender esta vivência a partir da bibliografia específica sobre o tema e da Fenomenologia Existencial inspirada em Martin Heidegger, que traz a concepção de angústia ligada à existência inautêntica, e em Victor Emil Frankl, que delineia os conceitos de tédio, apatia e vazio existencial na Logoterapia. Por meio de entrevista com uma psicóloga filiada a esta abordagem e da análise de prontuários de casos de clientes atendidos na Clínica Escola de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Campus Coração Eucarístico, procurou-se conhecer a demanda de atendimento de adolescentes que se automutilam, além de identificar os relatos registrados nos prontuários sobre as experiências que levam à prática dos adolescentes da automutilação. Constatou-se que se trata de fenômeno multifatorial e, que geralmente, está relacionada à vivência de uma angústia e à falta de outros recursos para lidar com problemas familiares e sociais.