A POLÍTICA DE ESTADO E O TRABALHADOR NORDESTINO NACONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA

a construção de Brasília fez parte de um grande projeto da conjuntura nacional desenvolvimentista proposta pelo Governo Juscelino Kubistchek. De acordo com Ribeiro (2008), a ideia da transferência da capital não é nova, contudo, JK tomou para si o desafio e a aventura de tal empreitada. Dentro do Plano de Metas do governo ela representou sua meta-síntese. Objeto de muitas críticas, a ideia da mudança da capital para o Centro– Oeste foi tomada pelo Estado como um anseio da nação que o mesmo vinha apenas implementar. Assim, a propaganda em torno da “terra prometida” logo se espalha pelo Brasil, incentivando a migração de milhares de trabalhadores para se engajarem no trabalho da construção civil. Como resultado da propaganda em torno da nova capital, o território começa a receber milhares de trabalhadores de todas as regiões do país. Um fator que contribuiu para a migração dos trabalhadores foi a seca de 1958, ocorrida no Nordeste, e é exatamente neste ano que se percebe a saída de muitos trabalhadores da região noroeste do estado do Ceará para Brasília. Neste sentindo, nossa pesquisa visa analisar as memórias dos trabalhadores do Distrito de Araquém-Coreaú- CE acerca do processo de inserção no trabalho em Brasília, buscando entender como foi construída a política de Estado para receber, selecionar e contratar essa leva de trabalhadores que migraram para o planalto central.