A INCIDÊNCIA DE SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO DE 2020 A 2022: DIFERENÇAS DE GÊNERO E RAÇA & SUA RELAÇÃO COM TEMPERATURA

Objetivo: Este trabalho teve como objetivo caracterizar a incidência de síndromes respiratórias no Semiárido Brasileiro, de 2020 a 2022, buscando: (1) identificar quaisquer diferenças em termos de gênero e de raça/etnia; e (2) determinar a sua eventual relação com as variações de temperatura média. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo e ecológico investigando a prevalência de síndromes respiratórias agudas graves entre 2020 e 2022 em 565 municípios do semiárido e a sua relação entre as variações de temperatura. Os dados de saúde foram obtidos do Ministério da Saúde do Brasil e os dados de temperatura do Instituto Nacional de Meteorologia. As análises estatísticas foram realizadas com a linguagem R, usando o software ActionStat, para calcular o Coeficiente de Correlação de Pearson. Os valores adotados para o coeficiente de correlação foram: fracos ou inexistentes até 0,50, moderado entre 0,51 e 0,70, e forte acima de 0,70 Resultados: O estudo identificou 1.072.702 casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) no Semiárido Brasileiro, com maior incidência entre homens, apesar de serem minoria populacional. A análise por unidade federativa revelou variações na distribuição por sexo entre 2020 e 2022. A maioria dos casos notificados foi de raça/etnia parda, com pretos e indígenas apresentando os menores índices de recuperação. Além disso, aponta uma correlação entre a temperatura média e os casos de SRAG em 2020, que não foi observada em 2021 e 2022, possivelmente devido às medidas de controle da pandemia. A complexidade dessa correlação sugere a necessidade de pesquisas adicionais considerando outras variáveis meteorológicas e a sazonalidade dos eventos e desigualdades no acesso a saúde.