A HISTÓRIA COMO FABULAÇÃO AUDIOVISUAL: REFLEXÕES SOBRE “O DRAGÃO DA MALDADE CONTRA O SANTO GUERREIRO” (1969)

O objetivo aqui é discutir alguns elementos históricos e estéticos que se articulam no cinema de Glauber Rocha (1939-1981), tendo como destaque o filme "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1969). Nele, dá-se ênfase à pura atuação, à performance e aos gestos de atores, figurantes e à equipe de filmagem. A encenação audiovisual e a artificialidade das cenas estão presentes em toda obra, desde as cores vibrantes da imagem, a histeria e a convulsão de alguns personagens, até a forma ficcional de mostrar elementos culturais e políticos tipicamente do Brasil. Portanto, este exemplar fílmico é a arte de uma atitude, o estilo de um gesto, em que atuar, cantar, dançar, falar e gritar são expressões presentes tanto no viver prosaico, como no fazer histórico-artístico. A obra torna-se um artefato audiovisual híbrido aberto à múltiplas experiências, não se fechando em si mesmo.