A agroecologia já era utilizada desde a década de 1930, mas foi apenas nos últimos quarenta anos que sua base científica se consolidou, graças ao aprofundamento das discussões teóricas sobre a gestão dos agroecossistemas e às críticas ao modelo tradicional de desenvolvimento agrícola. Destaca-se que a agroecologia não é um modelo de agricultura ou tecnologia novos, nem de um sistema de produção inovador, mas sim, uma abordagem científica que promove a agricultura de base ecológica como um meio de transição para um estilo de agricultura sustentável. Neste aspecto, a agroecologia busca promover o manejo ecológico da natureza através do engajamento social coletivo e participativo, com uma abordagem holística e sistêmica, objetivando reverter os desequilíbrios socioecológicos causados pelas práticas degradantes das forças produtivas na natureza e na sociedade. Com base nisto, a obra “Estudos Agroecológicos: o avanço da ciência no Brasil” teve origem em uma colaboração entre pesquisadores, professores e estudantes, principalmente de níveis de graduação e pós-graduação, que enriqueceram e aprofundaram as discussões neste ambiente educacional. Além disso, resulta de iniciativas interinstitucionais e programas de apoio à pesquisa e à extensão que envolvem pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e de diversas Universidades públicas e privadas, tanto nacionais quanto internacionais. O propósito desta obra foi promover a integração entre instituições nacionais e internacionais, juntamente com redes de pesquisa, para apoiar a formação contínua de profissionais e agricultores da área agroecológica e ambiental. Através da partilha de conhecimentos, experiências e práticas, buscou-se orientar estratégias para um desenvolvimento rural mais sustentável e fomentar a transição para modelos agrícolas mais ecológicos. Essa iniciativa buscou contribuir para a melhoria da qualidade de vida das atuais e futuras gerações, em um mundo com recursos limitados e desequilíbrio ecológico. A obra discutiu temas como de grande relevância para a agroecologia, tais como: a utilização de resíduos de nadadeiras de filetagem de tilápia como fertilizante orgânico para o cultivo de girassol; indicadores fitotécnicos para cultivo de plantas de cobertura e produção de fitomassa; o processo agroecológico de introdução do cultivo da batata yacon na agricultura familiar nas montanhas do Espírito Santo/Brasil e sua história de sucesso; caracterização de substratos artesanais da agricultura familiar em Santa Maria de Jetibá no estado do Espirito Santo e seu potencial para produção de baby leaf; o conhecimento, o uso tradicional e o manejo sustentável de plantas alimentícias não convencionais no Brasil e um diálogo com a Encíclica Laudato Si´ do Papa Francisco; e, adaptando os princípios do SPDP e o cultivo de plantas de cobertura na agricultura familiar do Espírito Santo, traçando um recorte temporal de 2006 – 2016. Portanto, agradecemos aos autores pelo comprometimento, disponibilidade e dedicação para o desenvolvimento e conclusão dessa obra. Esperamos também que esta obra sirva de instrumento para os diversos níveis transição e para o desenvolvimento da pesquisa extensionista de estudantes, professores, agricultores, comunidades rurais e movimentos socioambientais e, para os demais interessados pela temática aqui abordada.